guarda-sol

Coomaraswamy lembra a identidade simbólica do teto (em especial quando tem a forma de abóbada) com o guarda-sol. (Guénon)


No guarda-sol (chhatra), suas varetas são claramente similares aos raios da roda e, tal como estes, se juntam no cubo da roda; elas se reúnem de igual modo, em uma peça central (kamika) que as suporta e que é descrita como um “globo perfurado”. O eixo, isto é, o cabo do guarda-sol, atravessa essa peça central, da mesma forma que o eixo do carro penetra no cubo da roda. O prolongamento desse eixo além do ponto de encontro das varetas ou dos raios corresponde ainda ao eixo de um Stupa, no caso em que este se eleva em forma de mastro acima do topo do domo. É aliás, evidente que o próprio guarda-sol, pelas funções a que se destina, nada mais é que o equivalente “portátil”, por assim dizer, de um teto abobadado.

É em razão de seu simbolismo “celeste” que o guarda-sol constitui-se numa das insígnias da realeza; é, para falar exatamente, um emblema do Chakravarti ou monarca universal e, se ocorre ser atribuído também aos soberanos comuns, é apenas na medida em que estes o representam de certo modo, cada um no interior de seu próprio domínio, participando assim de sua natureza e identificando-se a ele em sua função cósmica. Agora, importa observar que, por uma estrita aplicação do sentido inverso da analogia, o guarda-sol, na utilização comum que é feita no “mundo de baixo”, é uma proteção contra a luz, ao passo que, enquanto representa o céu, suas varetas são ao contrário os próprios raios da luz. Bem entendido, é nesse sentido superior que o guarda-sol deve ser considerado enquanto atributo da realeza.

Por outro lado, enquanto o ushnisha envolve a cabeça, o guarda-sol identifica-se à própria cabeça; em sua correspondência “microcósmica”, de fato, representa o crânio e os cabelos. (Guénon)