Reportando-se a J. Schlumberger, Lettre à un historien, Bouvier, Mach, 5, distingue dois gêneros de êxtase: um voluptuoso e centrífugo, o enlevo poético, que auxilia a fugir da realidade; outro grave e ativo, que tende a uma posse mais completa e profunda do mundo e faz adivinhar a realidade. Este “êxtase da posse” não consiste essencialmente num estado afetivo.
— “Do ponto de vista intelectual, chama-se… êxtase um estado no qual, sendo rompida toda comunicação com o mundo exterior, a alma experimenta o sentimento de que participa de um objeto interno, que é o ser perfeito, o ser infinito, Deus… O êxtase é a reunião da alma com seu objeto. Não há mais intermediário: ela o vê, toca-o, possui-o, existe nele, é ele”. E. Boutroux, Le mysticisme, in Bulletin de el Institui de Psychologie, 1902, págs. 15, 17.
— “O drama wagneriano pode levar o ouvinte-con-templador a um verdadeiro “êxtase” feito (como excelentemente disse Baudelaire) de volúpia e de conhecimento.” Challaye, L’art, 213. [Soares]