(em fr. existentiel), que pertence ao sentimento da existência. — A filosofia existencial é uma descrição psicológica ou moral do sentimento da existência (Jaspers), tal como pode manifestar-se nas mais diversas situações (o sofrimento, a luta, o erro, e mesmo as situações limites como a morte). Distingue-se da filosofia (em fr. philosophie existentiale) que se apresenta como uma análise metafísica dos elementos essenciais constitutivos da existência (Heidegger), tais como a liberdade, o não-saber (a erraticidade), a contingência de nossa presença etc. A filosofia existencial (no sentido existentiel) descreve, portanto, situações particulares; a filosofia existencial (no sentido existential) analisa caracteres universais de toda a existência humana. [Larousse]
(ai. Existential, existentielt).
A diferença entre esses dois termos foi estabelecida por Heidegger, no sentido de que o primeiro significa uma determinação constitutiva da existência, uma característica ou um caráter essencial dela (correspondente à categoria para as coisas), cuja determinação cabe à ontologia, ao passo que o segundo designa a compreensão que cada homem tem de sua própria existência ao decidir sobre as possibilidades que a constituem ou escolhê-las (Sein und Zeit, §§ 4, 9). A análise de Heidegger é existencial porque tende a rastrear as características essenciais e peculiares à existência, ou seja, a construir uma ontologia cujo objeto é o ser da existência. A análise de Jaspers, ao contrário, mantém-se, e quer manter-se, no plano existenciário. Jaspers, com efeito, repudia a ontologia no sentido de ciência objetiva que considera os caracteres essenciais da existência (Phil., I, 24) e julga que a única análise possível da existência é ao mesmo tempo escolha e decisão, ou seja, pensamento existenciário (Ibid., I, 13 ss.; II, 1 ss., etc). [Abbagnano]