A teoria dos esquemas, isto é, da atividade espiritual em estado nascente. — Por exemplo, o momento em que se compreende alguma coisa, em que se conduz toda uma diversidade de dados a um princípio geral, é o momento mesmo do esquema. Em seguida, pode-se guardar um conceito que represente o resultado de nossa atividade espiritual, mas o ato de formação das ideias (esquematismo) é algo de irredutível. Foi Kant, na Crítica da razão pura, o primeiro a refletir sobre a atividade do espírito no momento em que ele conhece. Foi Fichte, entretanto, que, em A teoria da ciência, de 1794 e sobretudo de 1804, analisou com mais profundidade e rigor o encontro da “liberdade” com o “ser”, que caracteriza o momento de toda descoberta espiritual, isto é, o esquematismo propriamente dito. (Larousse)
(gr. skematismos; in. Schematism; fr. Schématisme; al. Schematismus; it. Schematismó).
1. Configuração ou estrutura. Esse é o significado comum do termo grego, a que Bacon se referiu quando falou do esquematismo latente como de um dos dois aspectos fundamentais dos fenômenos naturais (o outro é o processo latente ou processo para a forma). Por latente Bacon entendeu a configuração ou estrutura dos corpos considerados estaticamente (De augm. scient, II, 1), de sorte que o estudo do esquematismo foi comparado por ele ao que é a anatomia para os corpos orgânicos (Nov. org., 11, 7).
2. Kant entendeu por esquematismo “comportamento intelectual por esquemas” (Crít. R. Pura, Anal. dos Princ, cap. I), e Schelling usava essa palavra em sentido análogo (System des transzendentalen Idealismus, III, cap. II, 3a época). Sobre a doutrina kantiana do esquematismo, cf. esquematismo Paci, “Critica dello schematismó trascendentale” em Rivista di Filosofia, 1955, n. 4; 1956, n. 1. (Abbagnano)