escotismo

(in. Scotism; fr. Scotisme; al. Scotismus; it. Scotismó)

Doutrina de John Duns Scot (1266-1308) e de seus discípulos, que tem as características abaixo enumeradas.

1) Doutrina do caráter prático da ciência teológica: esta não conteria verdades teóricas, mas só regras para a conduta humana em vista da salvação eterna.

2) Afirmação da indemonstrabilidade de um número relevante de proposições filosóficas e teológicas. Duns Scot acreditava ser impossível demonstrar, p. ex., todos os atributos de Deus ou a imortalidade da alma. Na obra a ele atribuída (cuja autenticidade é duvidosa), Theoremata, numerosas outras proposições teológicas são declaradas indemonstráveis.

3) Doutrina da univocidade do ser, em oposição ao tomismo: a metafísica é a ciência suprema, que tem por, objeto o ser em geral, tanto o das criaturas quanto o de Deus.

4) Doutrina da individuação: a individuação é a última determinação da forma, da matéria e do seu composto, ou seja, é a haecceitas (v. individuação). Essa doutrina foi interpretada pela escola de Scot em oposição à tomista, segundo a qual a individuação depende da matéria signata, no sentido de que a individuação depende das formas, mais precisamente da superposição de um número indefinido de formas no mesmo composto.

5) Voluntarismo: doutrina do primado da vontade, que Duns Scot compartilha com Henrique de Gand (v. voluntarismo). [Abbagnano]