É a doutrina de Epicuro (341-271 a. C.) e de sua escola. Seu principal interesse polariza-se na ética, à base de uma epistemologia sensista e de uma metafísica materialista, que nega a imortalidade da alma. Com a escola cirenaica, o epicurismo põe como fim supremo do homem o prazer (Hedonismo). O sábio aspira à ataraxia ou imperturbabilidade de ânimo, na qual consiste a felicidade, mediante a sábia ponderação do gozo e o prudente domínio de si mesmo. Nas esferas celestes há certamente deuses, seres sobre-humanos, mas que não cuidam do governo do mundo. O sábio vive sem temor dos deuses nem da morte. O epicurista, que maior influência exerceu, foi o poeta romano Lucrécio Caro (+ 55 a. C). — Em sentido mais amplo, designa-se muitas vezes como epicurismo toda espécie de hedonismo. — Schuster. [Brugger]
(in. Epicureanism; fr. Épicuréisme; al. Epikureismus; it. Epicureismó).
Escola filosófica fundada por Epicuro de Samos no ano 306 a.C. em Atenas. Suas características, que têm em comum com as demais correntes filosóficas do período alexandrino a preocupação de subordinar a investigação filosófica à exigência de garantir a tranquilidade do espírito ao homem, são as seguintes: 1) sensacionismo, princípio segundo o qual a sensação é o critério da verdade e do bem (este último identificado, portanto, com o prazer); 2) atomismo, com que Epicuro explicava a formação e a transformação das coisas por meio da união e da separação dos átomos, e o nascimento das sensações como ação dos estratos de átomos provenientes das coisas sobre os átomos da alma; 3) semi-ateísmo, pelo qual Epicuro acreditava na existência dos deuses, que, no entanto, não desempenham papel nenhum na formação e no governo do mundo. [Abbagnano]