(ingl. Ectype; fr. Ectype; al. Ektypus; ital. Ectipó).
Termo introduzido pelos platônicos de Cambridge (ou platonistas de Cambridge) para indicar a natureza como algo diferente e dependente de Deus e como princípio da ordem e da regularidade do mundo. Como Deus não faz tudo diretamente e como nada acontece por acaso, deve haver um princípio (Plastic Nature, Nature, Spiritus naturae) que execute a parte da providência divina referente à regularidade dos fenômenos. “A natureza”, diz Cudworth, “não é o Arquétipo da arte divina, mas só o éctipo; é a marca ou a assinatura viva da sabedoria divina, que, através dela, age exatamente segundo seu arquétipo apesar de não compreender a razão do que faz” (The True Intellectual System of the Universe, I, 1, 3). Essa palavra foi empregada com o mesmo significado por Berkeley: “Reconheço um duplo estado de coisas: um, É. e natural; o outro, arquétipo e eterno. O primeiro foi criado no tempo; o segundo existia na eternidade no espírito de Deus” (Dial. Between Hylas and Philonoûs, ed. Jessop. III, p. 254). E Kant distingue um intelecto arquétipo, que é o divino, que cria os objetos pensando-os, do intelecto éctipo, que é o humano ou finito, não criativo, mas discursivo (Crít. do Juízo, 11, § 77). [Abbagnano]