Ensaísta italiano nascido em 1932. Doutorou-se em estética em 1961. Antes de ser mundialmente conhecido, publicara estudos sobre a estética medieval, os quais indicavam sua familiaridade com a escolástica, o que terá sido uma das razões de seu entusiasmo e compreensão do significado da obra joyciana. Seu nome ultrapassou os limites italianos com a edição da Opera Aperta (1962), à qual fêz seguir quatro outros livros, dos quais os mais importantes são Apocalittici e Integrati (1964) e La Struttura Assente (1968). Num dos capítulos teóricos da Opera Aperta, Eco utiliza amplamente conceitos da teoria da informação na tentativa de aplicá-los à obra poética. Causa de muito do interesse que sua produção tem provocado — a tradução francesa sai três anos depois, antecipando às várias outras já aparecidas ou em vias de aparecimento — esta, contudo, tem sido a parte mais retificada pelo autor. O prosseguimento de suas pesquisas, tal como se mostra nos Elementi per uma semiologia delle comunicazione visive (1967) e, logo a seguir, em La Struttura Assente, levaram-nos a abandonar as esperanças na formação de uma estética informacional. Tais retificações, porém, não alteraram o conceito-chave que dá título a seu livro e do qual se tem nutrido muito de sua fama quanto ao público em geral. Por “obra aberta” Eco entende não apenas a obra de vanguarda contemporânea — refere-se em especial à vanguarda musical, passando de Webern e Stockhausen a Luciano Berio. O caráter estético de um texto faz, por conta deste seu próprio caráter estético, que êle seja aberto, polissêmico, sujeito a interpretações variadas. Contemporaneamente, contudo, através da manipulação direta e prevista pelo autor/compositor de sua obra — seja livro, partitura ou representação pictórica — o conceito de abertura adquire tonalidade menos metafórica e mais concreta. Noutras palavras, a abertura se torna consciente por parte do criador, que busca armar sua textura para fazê-la! “vulnerável” ao assédio do espectador, estimulando-o a que não mais seja um mero contemplador, mas sim e agora o seu manipulador.
Apocalittici e Integrad volta-se, por sua vez, para o campo da cultura de massa, apresentado um levantamento crítico das posições adotadas sobre o fenômeno, assim como análises sobre veículos em particular. Destaca-se o estudo sobre a linguagem das estórias em quadrinho.
Sua última obra publicada (em 1970), representa, por sua vez, a recepção do impacto e o levantamento de discordâncias quanto ao pensamento estruturalista. Como introdução à análise semiológica, porém, o livro transcende o interesse da simples, embora elevada, polêmica (Luiz Carlos Lima – DCC).