dor

(gr. lype; lat. dolon; in. Pain; fr. Douleur; al. Schmerz; it. Dolore).

Uma das tonalidades fundamentais da vida emotiva, mais precisamente a negativa, que costuma ser assumida como sinal ou indicação do caráter hostil ou desfavorável da situação em que se encontra o ser vivo (v. emoção). (Abbagnano)


Entende-se hoje por dor em psicologia, na maioria dos casos, uma determinada espécie de sensação, quer da pele quer dos órgãos internos, a qual, embora de fraca intensidade, produz intenso desprazer. Como órgãos desta sensação descobriram-se verdadeiros pontos algésicos, irregularmente distribuídos em grande quantidade (2-4 milhões) na pele e que reagem de maneira específica. O fato de as mais diversas sensações, quando alcançam alto grau de intensidade, degenerarem em dor, deve-se à co-excitação de pontos algésicos próximos. Os órgãos internos parecem ser com frequência menos sensíveis às excitações exteriores; são-no porém para muitas modificações internas (p. ex., irritações). A finalidade da dor é proteger o ser vivo contra excitações nocivas ou estimulá-lo a afastar os danos, quando estes se apresentem de novo. Por conseguinte, a dor é um mal só porque é a vivência de um mal. Como a dor provoca intenso desprazer, na linguagem corrente, também este desprazer, esta repugnância ao mal experimentado ou percebido, recebe o nome de dor. Neste sentido amplo, a dor pode ocorrer tanto na potência apetitivo-sensitiva quanto na potência apetitivo-espiritual e referir-se ao conhecimento de outros danos diferentes dos danos corpóreos. Chama-se então dor psíquica. — Brugger.


Mas o que é a dor? A dor dilacera. A dor é o rasgo do dilaceramento. A dor não dilacera, porém, espalhando pedaços por todos os lados. A dor dilacera, corta e diferencia, só que ao fazer isso arrasta tudo para si, reunindo tudo em si. Enquanto corte que reúne, o dilacerar da dor é também um arrancar para si que, como riscas ou rasgaduras, traça e articula o que no corte se separa. A dor é a junta articuladora no dilaceramento que corta e reúne. Dor é a articulação do rasgo do dilaceramento. Dor é soleira. Ela dá suporte ao entre, ao meio dos dois que nela se separam. A dor articula e traça o rasgo da di-ferença. A dor é a própria di-ferença.
(…)
Seria então a dor a intimidade da di-ferença de mundo e coisa? Certamente. Mas não devemos de modo algum conceber a dor, antropologicamente, como um sentimento que nos aflige e faz sofrer. Tampouco devemos conceber a dor, psicologicamente, como o ninho de toda sentimentalidade. [HeideggerCaminho da Linguagem]


O ódio não pode ser destruído pelo ódio. O ódio só pode ser destruído pelo amor. Buda

Eis aí, ó monges, a verdade santa sobre a dor: o nascimento é dor, dor é a velhice, a doença é dor, dor é a morte, a união ao que se não ama é dor, dor é a separação do que se ama, não alcançar o que se deseja é dor, numa palavra, dor é o apego às coisas terrestres.

Eis aí, ó monges, a santa verdade sobre a origem da dor: é a sede incessante (da existência), acompanhada pelo prazer e pela cobiça, que sempre turva o prazer: a sede de prazeres, a sede de existência, a sede de poder.

Eis aí, ó monges, a verdade santa sobre a supressão da dor: a extinção daquela sede pelo aniquilamento completo do desejo, banindo o desejo, renunciando a ele, dele se libertando, não lhe dando lugar algum.

Eis aí, ó monges, a santa verdade sobre o caminho que leva à supressão da dor: é o caminho sagrado de oito braços que se chamam: pura, pura vontade, linguagem pura, pura ação, meios puros de existência, aplicação pura, pura atenção, meditação pura.

Buda, Sermão de Benares, cit. por Le Senne, Traité de Morale Générale, p. 113.


O ódio não pode ser destruído pelo ódio. O ódio só pode ser destruído pelo amor. Buda

Eis aí, ó monges, a verdade santa sobre a dor: o nascimento é dor, dor é a velhice, a doença é dor, dor é a morte, a união ao que se não ama é dor, dor é a separação do que se ama, não alcançar o que se deseja é dor, numa palavra, dor é o apego às coisas terrestres.

Eis aí, ó monges, a santa verdade sobre a origem da dor: é a sede incessante (da existência), acompanhada pelo prazer e pela cobiça, que sempre turva o prazer: a sede de prazeres, a sede de existência, a sede de poder.

Eis aí, ó monges, a verdade santa sobre a supressão da dor: a extinção daquela sede pelo aniquilamento completo do desejo, banindo o desejo, renunciando a ele, dele se libertando, não lhe dando lugar algum.

Eis aí, ó monges, a santa verdade sobre o caminho que leva à supressão da dor: é o caminho sagrado de oito braços que se chamam: fé pura, pura vontade, linguagem pura, pura ação, meios puros de existência, aplicação pura, pura atenção, meditação pura.

Buda, Sermão de Benares, cit. por Le Senne, Traité de Morale Générale, p. 113.