disputa medieval

A concepção da lógica como método da filosofia é herdada de Aristóteles pelos filósofos da Idade Média, os quais a aplicam com um rigor extraordinário. É curioso observar como os escolásticos, e dentre eles, principalmente S. Tomás de Aquino, completam o método da prova, o método do silogismo, com uma espécie de revivescência da dialética platônica. O método que seguem os filósofos da Idade Média não é somente, como em Aristóteles, a dedução, a Intuição racional, mas também a contraposição de opiniões divergentes. S. Tomás, quando examina uma questão, não semente deduz de princípios gerais os princípios particulares aplicáveis a ela, mas também coloca em colunas separadas as opiniões dos vários filósofos, que são umas pró e outras contra; colocase frente a frente, Crítica umas com outras, extrai delas o que pode haver de verdadeiro o que pode haver de falso. São como dois exércitos em batalha; são realmente uma revivescência da dialética platônica. E então o resultado desta comparação de opiniões diversas, complementado com o exercício da dedução e da prova, dá ensejo às conclusões firmes do pensamento filosófico.

Se resumimos o essencial no método filosófico, que, partindo de Sócrates, passando por Platão e Aristóteles, chega até a plena Idade Média na escolástica, encontramos que o mais importante deste método é sua segunda parte. Não a intuição primária de que se parte, pela qual se começa, mas a discussão dialética com que a intuição deve ler confirmada ou negada. O importante, pois, nesse método dos filósofos anteriores à Renascença, consiste principalmente no exercício passional, discursivo; na dialética, no discurso, na contraposição de opiniões; na discussão dos filósofos entre si ou do filósofo consigo mesmo. [Morente]