Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, artes e ofícios, tradução da Cyclopaedia do inglês Chambers, confiada em 1745 pelo livreiro Le Breton a Diderot; este, ajudado por D’Alembert, fez dela uma obra inteiramente original. A publicação da obra escalona-se de 1751 a 1780: 17 volumes in-folio e 11 volumes de pranchas aparecem de 1751 a 1772; 5 volumes de suplementos, que não são de Diderot, aparecem em 1777, e 2 volumes de pranchas em 1780. O Discurso preliminar, de D’Alembert, define os princípios de todo o encadeamento de nossos conhecimentos, que se ligam segundo a memória, a imaginação e a razão, e esboça uma história dos progressos do espírito humano. Deve-se a Voltaire os artigos “elegância”, “eloquência”, “espírito” e “imaginação”; a Montesquieu o artigo “gosto”; a Rousseau os artigos sobre música; a Helvetius e ao abade de Condillac os desenvolvimentos de filosofia; a teologia ao abade Yvon; a química a d’Holbach; a história natural a Daubenton; a crítica literária a Marmontel; a gramática a Dumarsais; a economia política a Turgot. Diderot foi a alma e o promotor dessa enciclopédia. Pela primeira vez fora criado um dicionário que poderia satisfazer a todas as curiosidades. Quanto à filosofia da obra, é o espírito de Descartes, cuja razão é aplicada a todos os problemas espirituais, que pode defini-la: um espírito analítico e crítico, condenando o fanatismo dos padres e as crenças ridículas, assim como a autoridade e a tradição, em nome do progresso das ciências. [Larousse]