(in. Devotion; fr. Dévotion; al. Andacht; it. Devozioné).
Segundo Kant, “a disposição de espíritos que nos torna capazes de sentimentos de dedicação para com Deus”, e que se obtém mediante as práticas do culto (expiações, mortificações, peregrinações, etc). Atribuir a essa disposição o mesmo valor de sentimento de dedicação a Deus é, segundo Kant, a ilusão religiosa, que confunde os meios com o fim e dá ao meio um valor final (Religion, IV, 2, § 1). Essa ilusão por sua vez é a base do falso culto a Deus, visto que o único culto verdadeiro é a boa conduta moral. O conceito de devoção como atitude que, embora vinculada à religião, não é a autenticamente religiosa, foi fixado pelas observações de Kant. Hegel viu na devoção uma das manifestações da consciência infeliz. “O seu pensar, como devoção, permanece como um vago tilintar de sinos ou como nebulosidade cálida, um pensar musical que não chega ao conceito, único e imanente modo objetivo” (Phänomen. des Geistes, I, IV, 1). [Abbagnano]