(do lat. desperare, cair do alto de sua esperança), decepção que acarreta um estado de abatimento e de inação; é o estado de quem duvida de tudo (cf. o equivalente alemão Verzweiflung, raiz zweifeln, duvidar), é a consciência do absurdo de todas as coisas. — Devido ao excesso de miséria, à morte de um ser amado etc, resulta de qualquer modo de um sentimento de solidão absoluta, que pode estar ligado à perda da fé em Deus (como o exprime Kierkgaard em Culpado, não culpado), ou à perda da confiança no homem, quando se perdeu todo ideal ou toda esperança de realizar seus ideais (v. O mito de Sisifo, de Camus); o homem é então, como escreveu Sartre, somente “uma paixão inútil”. Há duas saídas para o desespero: 1.° uma saída violenta, o suicídio; 2.° uma saída “reflexiva” que consiste, como escreveu Nietzsche, em encontrar a energia requerida para se olhar novamente a face da realidade, e em “extrair do mais profundo desespero a mais invencível esperança”. [Larousse]