Segundo Aristóteles (De memoria et reminiscentia, 451 a), o déjà vu é produzido no momento em que, ao se considerar um fantasma da sensação como realidade e não como ícone de algo, improvisamente, passa-se a considerá-lo ícone de algo diferente. O fenômeno da paramnésia, que no texto é atribuído logo depois a Antiferonte de Oreia e a outros “estáticos” (“acontece também o contrário, conforme ocorria a Antiferonte de Oreia e a outros estáticos: eles falavam de fantasmas como se fossem realidades e, ao mesmo tempo, como se estivessem recordando. Isso acontece quando alguém olha como ícone uma coisa que não é tal”), parece referir-se a uma técnica estático–mnemônica que efetua um intercâmbio intencional entre realidade e recordação. [AgambenE:136]