(lat. Cognitio abstractiva; in. Abstractive knowledge; fr. Connaissance abstractive; al. Abstrahierende Erkenntniss; it. Conoscenza astrattivá).
Termo que Duns Scot empregou de modo simétrico e oposto ao de conhecimento intuitivo (cognitio intuitiva), para indicar uma das espécies fundamentais do conhecimento: a primeira delas “abstrai de toda existência atual” enquanto a segunda “se refere ao que existe ou ao que está presente em certa existência atual” (Op. Ox., II, d. 3, q. 9, n. 6). A distinção foi aceita por Durand de St. Pourçain (In Sent., Prol., q. 3, F) e por Ockham, que, porém, a reinterpretou a seu modo, entendendo por conhecimento intuitivo aquele mediante o qual se conhece com evidência a realidade ou a irrealidade de uma coisa ou de algum outro atributo empírico da própria coisa; portanto, em geral, “toda noção simples de um termo ou de vários termos de uma coisa ou de várias coisas, em virtude da qual se possa conhecer alguma verdade contingente especialmente em torno do objeto presente” (In Sent., Prol, q. 1, Z.). E entendeu por conhecimento abstrativo o que prescinde da realidade ou da irrealidade do objeto e é uma espécie de imagem ou cópia do conhecimento intuitivo. Nada se pode conhecer abstrativamente, diz ele, que não tenha sido conhecido intuitivamente, senão até mesmo o cego de nascença poderia conhecer as cores (Ibid., I, d. 3, q. 2, K). Essa doutrina do conhecimento intuitivo é a primeira formulação da noção de experiência no sentido moderno do termo (V. experiência). [Abbagnano]