concreto

Chamam-se concretas as representações que manifestam seu objeto tal como ele é dado na intuição sensorial. Em sentido lato, podem igualmente denominar-se concretos aqueles conceitos universais que incluem, além da forma determinante (p. ex., humanidade), o sujeito indeterminado (p. ex., o homem = sujeito ou portador da humanidade). Pensamento concreto é aquele que manifesta seus objetos não só mediante conceitos, mas também mediante as intuições que lhes são correspondentes. O pensar humano integral e o pensar pré-científico são preponderantemente concretos. Pelo que, a maneira de expor de quem pretende, não só convencer a inteligência, mas mover o homem todo, deve ser, quanto possível, concreta. Segundo Hegel, o concreto é o conceito completado pelos momentos evolutivos do sistema, sinônimo, portanto, do metafisicamente supremo, em oposição ao abstrato, conceito despojado da plenitude dos momentos evolutivos (VIDE abstrato, indivíduo). [Brugger]


Opõe-se ao abstrato; as definições dadas deste último conceito, podem aplicar-se mediante inversão, ao primeiro. Como o abstrato é posto de parte (abstraído) para o considerar separadamente, o concreto não é posto de parte: é o que é na sua realidade completa e atual. O concreto identifica-se amiúde com o particular e o individual, enquanto o abstrato se identifica com o geral e o universal. O termo “concreto” aplica-se também àquilo que se experimenta como efetivamente real, mas como “efetivamente real” pode definir-se de vários modos, alguns pensadores consideram que deve limitar-se ao sensível, ao físico, etc.. Esta última proposição não é, contudo, tão clara como parece. Com efeito, as qualidades, enquanto são experimentadas sensivelmente, podem considerar-se como concretas, mas ao mesmo tempo pode dizer-se que as qualidades são universais. Por isso o concreto identifica-se amiúde com algo composto. fala-se também de concreto (que designa um atributo enquanto pertence real ou efetivamente a um sujeito) e de termo concreto (que designa um sujeito, ou uma forma enquanto se encontra num sujeito). A tendência para considerar o concreto como o objeto próprio da reflexão filosófica surgiu diversas vezes no decurso da história da filosofia. Essa tendência manifesta-se amiúde na forma de uma reação contra o chamado “predomínio do abstrato”. [Ferrater]