(gr. chaos)
Propriamente: abismo bocejante. Estado de completa desordem anterior à formação do mundo e a partir do qual se inicia tal formação, segundo os mitólogos. Diz Hesíodo: “Antes de todos os seres houve o caos, depois a Terra de largo seio” (Teog., V, 116). Aristóteles combateu essa noção (Fís., IV, 208 b 31 ss.) porque admitia a eternidade do mundo. Kant utilizou-a para indicar o estado original da matéria, de que os mundos depois se originaram (Allgemeine Naturgeschichte oder Theorie des Himmels, 1755, Pref). [Abbagnano]
(Do gr. khaos, que significa o que não tem formas, o que é confuso, o desordenado, o absolutamente sem leis).
a) Para os gregos, caos era o que preexistia ao mundo atual. Etimologicamente, a palavra significa abismo.
b) No livro da Gênesis, é a mistura confusa dos elementos do mundo, antes de receberem uma ordem, uma causa eficiente ordenadora.
c) No pitagorismo, é o que ainda não recebeu a ordem. O que recebeu a ordem é o Cosmos (do gr. khosmos).
d) Por metáfora, emprega-se esta palavra para referir-se a um conjunto de ideias desordenadas e desbaratadas.
e) Em Estética, o momento que antecede a criação. Na criação estética, a imaginação criadora dá uma ordem a elementos dispersos. Estes elementos, em face da nova ordem, correspondem, analogicamente, ao caos, daí poder-se falar na passagem do caos à criação (na estética). [MFSDIC]