É sobretudo na filosofia kantiana que a noção de borda recebe um estatuto filosófico. A borda (Schranke) não tem o mesmo sentido nem a mesma função que o conceito de limita (Genze). No sentido estrito, a filosofia crítica utiliza a noção de limite para significar que o conhecimento humano não pode ter por objeto senão a experiência sensível, embora ela tenha um «campo» ilimitado suscetível de ser pensado sem poder jamais ser conhecido. O limite é uma negação, uma exclusão pura e simples. Ao contrário, a borda representa um conceito positivo que tem função no mecanismo do conhecimento. O juízo indefinido que corresponde à categoria de «limitação» (Einschränkung) opera a junção de uma realidade e de uma negação; nisso, exclui mais, em excluindo, determina. A borda não na filosofia kantiana a marca de uma qualquer finitude mas o que permite em excluindo tudo de um conjunto dado, salvo algo, de diferenciar e de especificar. A borda, porque é liagação de uma realidade e de uma negação, permite pensar, por esta negação mesma, graus no real. [NP]