Território que no início da Idade Média era predominantemente povoado por uma etnia eslava conhecida como tchecos. Estes eram governados pela dinastia Premislida, por volta de 870-1306, a qual aceitou o Cristianismo na sua forma ocidental no século IX. As relações com povos eslavos vizinhos (morávios e poloneses), com magiares e sobretudo com germânicos, eram conturbadas e com frequência hostis, se bem que, no século XIII, a influência germânica fosse muito forte e os boêmios se vissem aceitos como importante unidade política no âmbito do Sacro Império Romano-Germânico. Depois de 1306, com a morte do último monarca da antiga dinastia, João de Luxemburgo, filho do imperador Henrique VII, foi escolhido para rei. O reino boêmio alcançou o seu apogeu político com o filho e sucessor de João, Carlos IV, Sacro Imperador Romano em 1346-78, que fundou a grande Universidade de Praga em 1348 e elaborou uma constituição imperial (a Bula de Ouro de 1356), a qual confirmou o rei da Boêmia como um dos sete eleitores. A posterior história medieval boêmia é dominada por lutas religiosas em que as aspirações nacionais tchecas se entrelaçaram com profundas paixões religiosas dirigidas contra a riqueza e as doutrinas da Igreja. A morte de João Huss na fogueira, durante o Concílio de Constança (1415) precipitou uma luta implacável, no decorrer da qual o gênio militar do general hussita Ziska ganhou grande independência, confirmada por um ajuste entre os hussitas moderados e os católicos em 1433. (DIM)