VIDE soberano bem
(gr. tagathon; lat. summum bonum; in. Supreme good; fr. Souverain bien; al. Das höchste Gut; it. Bene sommó).
Noção introduzida por Aristóteles, para indicar o que é desejado por si mesmo e não em vista de outro bem É necessário que haja um bem supremo para evitar o processo ao infinito (Et. Nic, I, 2, 1.094 a 18). Para Aristóteles, o bem supremo é a felicidade. Os escolásticos empregam essa expressão para indicar Deus mesmo (Tomás de Aquino, S. Th., I, q. 6, a. 1). Kant considerou o adjetivo “sumo” equívoco, pois ele pode significar tanto supremo (supremum) como perfeito (consummatum). O bem supremo é a condição primeira e originária de todo bem: é, por isso, a virtude. Mas o bem perfeito é o que não é parte de um bem maior da mesma espécie; nesse sentido, a virtude não pode ser chamada de “bem perfeito”, que é a união de virtude e felicidade (Crit. R. Prática, Dialética, cap. II). (Abbagnano)
A razão suficiente da inteligência humana é aquela de que só ela é capaz, a saber: o conhecimento do Bem Supremo e, por conseguinte, de tudo o que se refere a ele direta ou indiretamente. Assim mesmo, a razão suficiente da vontade humana é aquilo de que só ela é capaz, a saber: a eleição do Bem Supremo e, por conseguinte, a prática de tudo o que leva a ele. E também, a razão suficiente do amor humano é aquilo de que só ele é capaz, a saber: o amor do Bem Supremo e de tudo o que dele testemunha.
São menos as mesquinhezas do mundo as que nos envenenam que o fato de pensar demasiado nelas. Nunca deveríamos perder consciência da luminosa e calma grandeza do Bem Supremo, a qual dissolve todos os nós deste mundo. (Schuon PP)