(in. Behaviorism; fr. Comportamentisme; al. Behaviorismus; it. Bebaviorismo, comportamentismó).
Corrente da psicologia contemporânea que tende a restringir a psicologia ao estudo do comportamento, eliminando qualquer referência à “consciência”, ao “espírito” e, em geral, ao que não pode ser observado e descrito em termos objetivos. Pavlov pode ser considerado seu fundador, pois foi o autor da teoria dos reflexos condicionados e o primeiro a fazer pesquisas psicológicas que prescindiam de qualquer referência ao “estados subjetivos” ou “estados interiores”. Em 1903, Pavlov perguntava: “para compreender os novos fenômenos, por acaso deveremos penetrar no ser interior do animal, imaginar ao nosso modo as sensações, os sentimentos e os desejos deles? Para o experimentador científico, parece-me que a resposta a essa última pergunta só pode ser um não categórico” (Reflexos condicionados, 1950, p. 17). No laboratório de Pavlov (como ele mesmo conta [ibid., p. 1291), foi proibido, até sob pena de multa, o uso de expressões psicológicas como “o cão adivinhava, queria, desejava, etc”; e Pavlov não hesitava em definir como “desesperada”, do ponto de vista científico, a situação da psicologia como ciência dos estados subjetivos (ibid., p. 97). Todavia, o primeiro a enunciar claramente o programa do behaviorismo foi J. behaviorismo Watson em um livro intitulado O comportamento — Introdução à psicologia comparada, publicado em 1914. Foi Watson quem deu o nome de behaviorismo a essa escola e sua pretensão fundamental era limitar a pesquisa psicológica às reações objetivamente observáveis. A força do behaviorismo consiste precisamente na exigência metodológica que impôs: não é possível falar cientificamente daquilo que escapa a qualquer possibilidade de observação objetiva e de controle. O behaviorismo foi muitas vezes interpretado, pelos que o questionam, como a negação da “consciência”, do “espírito” ou dos “estados interiores”, etc. Na realidade ele é simplesmente a negação da introspecção como instrumento legítimo de investigação: negação que já fora feita por Comte (v. introspecção). Além disso, é o reconhecimento deliberado do comportamento como objeto próprio da indagação psicológica. Nas suas primeiras manifestações, o behaviorismo estava ligado à corrente mecanicista, para a qual o estímulo externo é a causa do comportamento, no sentido de torná-lo infalivelmente previsível; o próprio Pavlov ressaltava essa infalibilidade (ibid, p. 133). Mas esse pressuposto, de natureza ideológica, hoje foi abandonado pelo behaviorismo, que permeou profundamente a indagação antropológica moderna (psicologia, sociologia, etc) (v. psicologia). [Abbagnano]
O método psicológico fundado sobre a observação objetiva. Para o behaviorismo, o objeto da psicologia é o comportamento exterior dos homens (e não a interioridade do sujeito). — O behaviorismo, também denominado “psicologia do comportamento”, “psicologia de reação”, nasceu no fim do século XIX com a obra de Thorndike a Inteligência animal (1898). Watson nos Estados Unidos e Bechterev na U.R.S.S. foram seus fundadores. Os limites do behaviorismo são os de todo estudo objetivo do homem: uma reação não pode ser descrita apenas de fora, ela deve ser compreendida de dentro. A psicologia descritiva do comportamento é completada pela psicologia compreensiva da conduta e pela observação interior. [V. psicologia.] [Larousse]
Esta teoria nasce com a obra de John B. Watson (1878-1958), cujo marco inicial é seu famoso artigo de 1913, “Psychology as the behaviorist views it”. Parte de uma crítica metodológica ao método introspeccionista na Psicologia (introspecção: exame dos estados de consciência pelo próprio sujeito). Influenciado pelos estudos de Fisiologia e Psicologia animal quantitativistas (Bechterew, Pavlov, Lloyd Morgan), afirma a necessidade, não da experimentação e descrição subjetivas, mas de fundar uma ciência cujos experimentos fossem de domínio público. Pensamento, palavras e atos são comportamentos, atividades do homem que podem ser verificadas. A ênfase será dada no testar as hipóteses experimentalmente e, consequentemente, na definição operacional dos conceitos.
Watson afirma a possibilidade da observação direta, imediata, dos fenômenos, sem procurar saber quais os mecanismos subjacentes que os possibilitam. Para isto postula dois polos que existiriam nas realidades vivas, o estímulo (s) e a resposta (r). Se se tiver uma destas constantes poder-se-á deduzir a outra. Considera estímulo tudo aquilo capaz de provocar uma resposta comportamental.
A expressão é o critério de objetividade para o behaviorismo, e por isto as 3 formas de comportamento que Watson propõe se equivalem: verbal, só através da língua se pode conhecer o pensamento; visceral ou emocional, com base neuro-fisiológica; motor, que pode ser automático, isto é, reflexo-medular e voluntário, controlado pela córtex cerebral. Entre o estímulo e a resposta não há variáveis que importem no processo: a modificação das condutas depende da função s-r e não de concomitantes conscientes ou pressupostos neurológicos. O determinismo watsoniano pressuporá algumas dependências: do ambiente , da idade, da hereditariedade. O campo total do determinismo dependerá do modo de reorganização destas variáveis que, por mais que se modifiquem, manterão sempre o mesmo quantum de energia (o que, em última análise, as torna invariáveis). Com isto Watson crê eliminar a variável “consciência”, que ele considera apenas como um “constructo lógico”, já que, em sua verdadeira natureza, que é operacional, “a mente é comportamento, e nada mais”. Assim, para o behaviorismo a comunicação será pensada ao nível dos diversos possíveis já realizados- Não se trata de “know-what” mas de “know-how”: também o behaviorismo, como a cibernética , será “a arte de tornar eficaz a ação” (Couffignal). Seu objeto de análise será o empírico, o que exclui os fundamentos deste.
Afirmando a conservação de energia, o behaviorismo tenderá para a ordem e sua manutenção (com a finalidade de menor dispêndio energético). A cultura será considerada como um conjunto de comportamentos apreendidos e que podem ser conhecidos em sua totalidade (ou quase: Moles). Recorde-se que o surgimento do behaviorismo veio atender aos reclamos da grande expansão industrial do último quartel do século passado. O estímulo solicitará a resposta necessária, que é consumir. Os homens também devem aprender a babar diante do som da sineta: a propaganda será o estímulo para o aumento do consumo.
Na área da comunicação as estatísticas serão o elemento principal: na decomposição das condutas totais em cadeias elementares será enfatizada a satisfação informacional do homem, isto é, a substituição rápida, e consequente consumo, dos estímulos produzidos na sociedade industrial. (Chaim Katz – DCC)