Visões de estranhos fenômenos no céu, registradas em crônicas e descritas, por exemplo, como “luzes santas”, podem ser frequentemente explicadas como manifestações da aurora polar. Em 793, os “ígneos dragões voadores” associados aos ataques vikings na Nortúmbria foram descritos como “uma chuva de sangue” por Alcuíno, que observou a aurora boreal de um telhado em York. Em 10 de setembro de 1173, Gervásio, em Canterbury, fez uma descrição idônea de uma aurora vermelha nas regiões setentrionais e “raios brancos como lanças… atravessando a vermelhidão”. Muitas descrições de fenômenos ativos referem-se-lhes em termos de batalhas celestiais entre o Oriente e o Ocidente. Os espetáculos de “luzes do Norte” atingem seu ponto culminante de 11 em 11 anos e são observáveis em extensas regiões. Algumas visões celestiais de cruzados no Oriente Médio foram registradas nas mesmas noites em que a aurora boreal foi relatada na Normandia e no Iraque, e coincidem, de fato, com relatos de espetáculos luminosos vistos na mesma época no Extremo Oriente. Os momentos culminantes ocorrem frequentemente em conjunção com os do ciclo de manchas solares, e — para dar um exemplo do bem documentado início do século XII na Europa ocidental — foi possível deduzir que 1111, 1119, 1128 e 1137 foram anos de intensidade máxima na atividade das manchas solares. Também em termos gerais, as provas cumulativas sugerem que o Sol esteve muito ativo no século VI e no final do século XIV, ao passo que no século VII, em meados do XI e no XV, manchas solares e auroras boreais foram muito menos frequentes. (DIM)