(lat. acervalis ratiocinatio; in. Soriete; fr. Sorite; al. Sorites).
Com esse nome faz-se referência a duas argumentações, uma de Zenão de Eleia, outra de Eubúlides de Mégara. O argumento de Zenão de Eleia dirige-se contra a fidedignidade do conhecimento sensível e, em particular, do ouvido: se um alqueire de trigo faz barulho ao cair, cada grão e cada partícula de grão deveria produzir um som ao cair, o que não ocorre (Diels, A 29). O argumento de Eubúlides, conhecido também como sorites (v.) de soros = monte, consiste em perguntar quantos grãos de trigo são necessários para formar um monte; bastaria só um grão? Bastariam dois?, etc. Como é impossível determinar em que ponto começa um monte, aduz-se esse argumento contra a pluralidade das coisas (Cícero, Acad., II, 28, 92 ss.; 16, 49; Diógenes Laércio, VII, 82). O mesmo argumento foi às vezes expresso de outra forma sob o nome de argumento do calvo (cf. Diógenes Laércio, II, 108) e consiste em perguntar se um homem se torna calvo quando ser lhe arranca um fio de cabelo. E quando lhe arrancam dois? E assim por diante. [Abbagnano]