anarquia

[gr. an, priv. e arche, princípio, comando] — Soc. 1. estado de uma sociedade inorganizada ou desorganizada, que não tem, ou já não tem, governo. — Pol. e Ec. soc. A 2. doutrina segundo a qual a sociedade deveria rejeitar todo apelo à coerção e dispensar governo. — 3. doutrina (p. ex. de Proudhon) segundo a qual o “governo dos homens” (política) deve ser substituído pela “administração das coisas” (econômica). — Nos sentidos 2 e 3 diga-se, de preferência, anarquismo. [PVLF]

O estado de um povo que não tem ou já não tem mais governo. — Platão definia a anarquia como um caso limite da democracia: quando cada um quer impor sua vontade ao poder, e quando o governo, para garantir sua popularidade, quer agradar a cada um, é então que advém a anarquia, da qual sai naturalmente a tirania. Isso acontece em geral quando o governo não tem mais a autoridade necessária para arbitrar, de maneira decisiva, os antagonismos políticos, econômicos ou sociais. O anarquismo é uma atitude fundamentada na rejeição sistemática de qualquer poder estabelecido e na afirmação de que nada é superior aos valores individuais. Proudhon, que preconizava a supressão da propriedade privada e do governo, é considerado o “pai do anarquismo”; mas foram sobretudo os russos Bakounine e Kropotkine que extraíram as consequências mais radicais do anarquismo: “Destruir tudo que existe sem distinção e cegamente, com este único pensamento: o mais possível e o mais rápido possível.” Os anarquistas definem-se finalmente como “niilistas”, preocupados apenas em destruir e não em construir, revoltados incapazes de serem verdadeiros revolucionários. [Larousse]