ambivalência

A possibilidade de se sentir, ao mesmo tempo e numa situação dada, dois sentimentos opostos. — Dostoievski foi quem revelou, na literatura, o caráter profundamente ambivalente da alma humana, que aspira à pureza no próprio momento em que se entrega à devassidão, que odeia no momento mesmo em que ama etc. [Larousse]


(in. Ambivalence; fr. Ambivalence; al. Ambivalenz; it. Ambivalenzá).

Estado caracterizado pela presença simultânea de valorizações ou de atitudes contrastantes ou opostas. Esse termo é usado especialmente em psicologia, para indicar certas situações emotivas que implicam amor e ódio, e em geral atitudes opostas em face do mesmo objeto (cf. E. Bleuler, Lehrbuch der Psychiatrie, 2a ed., 1918). [Abbagnano]


1. dualidade de sentidos opostos de certos têrmos, p. ex. em latim, altus (a um tempo: profundo e elevado), sacer (sagrado e maldito). Por anal., Ps. an. Dualidade de sentido de certos símbolos do sonho. — Ps. an. 2. “tendência a experimentar um fenômeno psíquico ao mesmo tempo sob dois aspectos contrários, a afirmar e negar sucessivamente o mesmo fato, a exprimir, ao mesmo tempo, dois sentimentos opostos” (Piéron). — Soc. 3. duplo aspecto de certos valores, que refletem, a um tempo, a sociedade existente (esp. burguesa) e o incremento do poder do homem: “Todos os valores culturais do mundo capitalista são ambivalentes” (H. Lefebvre). [PVLF]