agenetos

agénêtos: não gerado, incriado (universo)

No De coelo I, 279b Aristóteles diz que todos os seus antecessores concordaram em que o kosmos teve um começo. Deve talvez excluir-se Xenófanes, com base numa leitura interpretativa dos frgs. 14 e 26, e também se deve por certo excluir, como o faz especificamente Aristóteles na Metafísica 986b, toda a escola eleática que entrança em Parmênides, com a sua exclusão da gênesis do domínio do Ser (ver on). No Timeu 28b, Platão diz claramente que o kosmos está sujeito à gênesis. Aristóteles, que no início da sua carreira tinha sustentado idêntica posição (De phil., frg. 18), entende por isto que ele teve um princípio no tempo e critica-o severamente (De coelo I, 279b). Mas havia outra interpretação deste passo, como o próprio Aristóteles reconhece (loc. cit.), apresentada por Xenócrates (ver Plutarco, De anima proc. 1013a), e que a maior parte dos platônicos posteriores adoptou, segundo a qual gênesis, aqui, significa «num estado perpétuo de mudança» (ver on). Em Plotino pode encontrar-se a mesma interpretação, adaptada às suas teorias emanatistas, (ver Eneadas II, 9, 2). Aristóteles é categórico na sua convicção de que o universo é não gerado (agenetos) e incorruptível (aphthartos). Esta torna-se a posição fundamental, mas Fílon, por causa do relato no Gênesis, tem forçosamente de ficar fora dela (ver De opif. 2, 7-9). [FEPeters]


agénetos: sem começo.

Em Platão, é a essência (eidos) (Timeu, 52a — ortografia: agénnetos) e a alma humana (Fedro, 245e); em Aristóteles, a matéria (Fís., I, 9). [Gobry]