αισθητόν: perceived thing; coisa percebida [GA19]
aisthêtón: capaz de ser percepcionado pelos sentidos; o objecto dos sentidos, o sensível (oposto de noeton)
Os sensíveis (aistheta) são frequentemente opostos às formas platônicas (eide; ver Fédon 78d-79a, Timeu 28a-c), e como tal conduzem mais à opinião do que ao verdadeiro conhecimento (ver doxa, episteme). Mas não são os objectos mais baixos na escala epistemológica; são apenas reflexos da verdadeira realidade, a realidade dos eide, mas abaixo deles estão as «imagens de imagens», sombras, reflexos, etc. (Republica 509d-510a; cf. eikon, mimesis).
O crescente interesse de Platão pelo mundo dos aistheta nos diálogos posteriores reflete-se no ser-lhes concedido um quase-ser (Soph. 204b), e no seu dedicar-se, em grande parte do Timeu, a uma descrição da sua criação e funcionamento.
Para Aristóteles o objecto singular sensível é a única verdadeira realidade (ver tode ti, on, ousia); alguns são próprios dos sentidos individuais, outros são comuns, De anima II, 418a (ver aisthesis koine).
Para os materialistas da tradição atomista toda a verdade e toda a realidade estão nos aistheta, assim Epicuro em Sexto Empírico, Adv. Math. VII, 9; ver aisthesis, eidolon. [FEPeters]