carácter

a) Em grego, kharakter, significa uma letra. Também se chamou assim cada sinal distintivo, que servia para reconhecer e identificar um objeto ou uma pessoa. Hoje chamamos caracteres todas as propriedades e traços particulares que distinguem uma coisa.

b) Na Biologia, diz-se de cada marco estrutural ou funcional, que distingue um indivíduo, sejam caracteres congênitos ou adquiridos. É questão controvertida se os caracteres congênitos são suficientes para distinguir uma espécie de outras.

c) Na Lógica, é cada atributo de uma noção, que faz parte da sua compreensão, e é um elemento constituinte, seja essencial ou acidental.

d) Na Psicologia, a unidade e consistência que se manifesta na maneira de sentir e reagir de um indivíduo ou de um grupo, como distinto de outros grupos. Kant define o carácter de conformidade com a sua definição de causa. «É necessário que cada causa, quando age, tenha um carácter, quer dizer uma lei da sua causalidade, sem a qual ela nem chegaria a ser causa. Ele distingue, ademais, um carácter empírico ou fenomenal, em virtude do qual as suas ações, enquanto fenômenos são relacionados integralmente a outros fenômenos, segundo as leis constantes da natureza», e um carácter inteligível, em virtude do qual não deixa de ser a causa dessas ações, enquanto fenômenos, mas sem ser êle mesmo submetido às condições da sensibilidade, e sem ser sequer um fenômeno.

e) Na Ética, a palavra aceita um sentido laudativo quando significa personalidade completa e que revela autodomínio. (Um homem de carácter).

CARÁCTER ADQUIRIDO —

(Psic.) — Dá-se esse nome à modificação que se apresenta no organismo, como consequência da própria atividade ou da influência do meio.

CARÁCTER CONGÊNITO —

(Psic.) — a) É o que é herdado, b) Também se emprega para indicar o que é condicionado em parte pelo meio pre-natal. [MFSDIC]