sentença

(lat. Sententia; in. Sentence; al. Ausspruch; it. Sentenzd).

Juízo, opinião ou máxima: p. ex., “as sentenças de Epicuro” (cf. Cícero, De nat. deor., I, 30, 85). Na terminologia medieval, além do significado genérico, esse termo assumiu outro mais específico, de definição autêntica do significado das Escrituras Sagradas e, em geral, de “concepção definida e certíssima”. Uma coletânea de sentenças constitui uma Summa: a mais famosa foi a de Pedro Lombardo, Libri quattuor sententiarum, composta entre 1150 e 1152 (cf. M. Grabman, Die Geschichte der scholastischen Methode, II, pp. 21 ss.). [Abbagnano]


O vocábulo sentença foi usado e continua a ser usado em filosofia para designar:

1 – Uma opinião ou parecer sobre algum problema (fala-se assim, na linguagem dos escolásticos, da sentença de S. Tomás a esse respeito e…”, “a verdadeira sentença sobre este ponto é…”, etc),

2 – Uma opinião de um padre da igreja ou escritor eclesiástico sobre algum ponto de dogmática, teologia, moral, etc… Os sentidos 1 e 2 estão, por outro lado, estreitamente relacionados e pode dizer-se que o primeiro procede do segundo.

Noutro sentido, pode usar-se sentença;

3 – Como um termo de vocabulário da lógica. Designamos com este termo uma série de sinais que exprimem uma proposição. A sentença é, portanto uma expressão da proposição é o sentido ou objeto da sentença.

Exemplos de sentenças são:

Hegel é um filósofo alemão.

Os corpos atraem-se na razão direta das suas massas e inversa do quadrado das distâncias.

A lógica sentencial é a que se ocupa das sentenças e das suas leis. A formalização da lógica a dá lugar ao cálculo sentencial. [Ferrater]