aseidade

(lat. aseitas; in. Aseity; fr. Aséité; al. Aseität; it. Aseita).

Qualidade ou caráter do ser que tem em si mesmo a causa e o princípio do próprio ser, ou seja, Deus. A abaliedade é a qualidade contrária, isto é, a do ser que tem causa em outro ser. Vocábulos usados na escolástica tardia. [Abbagnano]


(De a se, aseitas, latim). Usado pela filosofia escolástica para qualificar o ser que possui, por si mesmo, e em si mesmo, a razão de sua existência (incausado). Opõe-se, na mesma filosofia, à abaliedade (de ab alio), qualidade de um ser, cuja existência depende de outro.

b) Schopenhauer usou-a quanto à Vontade, no sentido em que ele tomava este termo,

c) A aseidade corresponde, assim, unicamente, ao ser absoluto, a Deus nas doutrinas teístas, ou a todo o Absoluto, nas diversas doutrinas, em geral. [MFSDIC]


Aseidade vem da expressão latina a se. Significa: Deus na sua essência, no que lhe é próprio, é a se, i. é, a partir de si, em si, para e por si. A expressão a se foi criada para evitar o uso da expressão causa de si (causa sui). Pois causa sempre nos remete a uma causa superior que se torna causa do efeito que produz. Causa pressupõe o esquema sujeitoatoobjeto. A se porém não supõe nada, nem a si, nem o ato em si, nem o objeto produzido. É então nada? É nada de tudo isso que dizemos assim predicando disso e daquilo, que é, seja o que for. Trata-se, pois, de não determinar, a partir de fora, o que é. Então se trata de que? É deixar ser a coisa ela mesma no seu ser. O modo de ser do a se não é, portanto, causa sui? Não. Mas então o que é? Não é um quê, mas sim simplesmente ser, i. é, a se, a partir de si, em si, para e por ser, a soltura de si, liberdade de e em si, a partir de si por e para deixar-se ser. O deixar-se ser na liberdade, a soltura de si, a se é deixar ser todas as coisas nelas mesmas, também na soltura de si, a se. [Harada]