monachos

MONACHOS = MONGE, MONACATO

VIDE: LE MONACHISME; MONOS; PARTHENIA


Segundo Robert Murray, em seu estudo sobre a tradição siríaca (Symbols of Church and Kingdom), a terminologia do monasticismo incipiente vem sendo estudada recentemente. É particularmente interessante o termo ihidaya, equivalente siríaco tanto de monogenes (unigênito) e como monachos, que mais tarde ocorre várias vezes, assim como seu equivalente cóptico, no Evangelho de Tomé. Vários destes estudos recentes enfatizam três elementos no sentido e doutrina de ihidayuta:
#solidão por deixar a família e não casar;
#mente unificada conforme enfatizado por Paulo e Thiago.
#relacionamento especial com o Ihidaya, Cristo o Filho Unigênito, a quem os consagrados ascetas “se revestem” de modo especial.

Os que adotam este modo de vida formam uma espécie de “igreja dentro da Igrejachamada de Qyama. Este termo é traduzido por “Aliança”, mas investigações recentes dizem ter uma conotação complexa, incluindo o ato de se posicionar, talvez tanto em auto-comprometimento no batismo como em união com a devoção dos “Vigilantes” celestiais (ire, como se chamam os Anjos).


PERENIALISTAS
René Guénon: INICIAÇÃO E REALIZAÇÃO ESPIRITUAL
( … ) muchas gentes que se consideran religiosas, pero que por eso no están menos fuertemente afectadas por esa mentalidad antitradicional, declaran de buena gana que no hacen una gran diferencia entre las órdenes contemplativas y aquellas que se ocupan de actividades sociales: ¡naturalmente, no tienen más que elogios para estas últimas, pero, en revancha, están muy dispuestos a estar de acuerdo con sus adversarios para pedir la supresión de las primeras, bajo pretexto de que ya no están adaptadas a las condiciones de una época de «progreso» como la nuestra! Conviene destacar de pasada que, actualmente todavía, una tal distinción sería imposible en las Iglesias cristianas de oriente, donde no se concibe que alguien pueda hacerse monje para otra cosa que para librarse a la contemplación, y donde, por lo demás, la vida contemplativa, bien lejos de ser tachada neciamente de «inutilidad» y de «ociosidad», se considera, al contrario, unánimemente, como la forma superior de actividad que ella es verdaderamente. CONTRA EL «QUIETISMO»

Frithjof Schuon: O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA
Seja como for, no Ocidente foi um erro impor a todo continente uma moral de monges: moral perfeitamente legítima em seu quadro metódico, contudo baseada no erro — quanto à sua extensão a toda a sociedade — de que a sexualidade é uma espécie de mal. Um mal que convém reduzir ao mínimo e tolerar apenas em virtude de um expediente que põe todo o essencial entre parênteses.
Um companheiro do jovem Santo Tomás de Aquino lhe diz, na presença de outros monges jovens, para olhar pela janela a fim de ver um boi que voa. Assim faz o santo, sem nada ver, bem entendido. Todos põem-se a rir, mas Santo Tomás, imperturbável, faz esta observação: “Um boi que voa é coisa menos surpreendente do que um monge que mente.” Não convém censurar às almas puras certa credulidade que, na verdade, é para elas uma honra, visto que sua humildade as leva a superestimar os outros, na medida em que a evidência contrária não se impõe de imediato.
O que há de admirável na Igreja ortodoxa é que todas as suas formas, das iconóstases até as vestimentas dos sacerdotes russos, sugerem imediatamente o ambiente de Cristo e dos Apóstolos, ao passo que na Igreja católica pós-gótica, se assim podemos dizer, muitas formas exprimem ou trazem o cunho do ambíguo civilizacionismo, isto é, dessa espécie de pseudo-religião paralela que é a “civilização” sem epíteto. Neste caso, a presença de Cristo torna-se amplamente abstrata. O argumento de que “apenas o espírito tem importância” é “angelismo hipócrita”, pois não é por acaso que um padre cristão não usa a toga de um bonzo siamês nem a tanga de um asceta hindu. Provavelmente, “o hábito não faz o monge”; mas o exprime, o manifesta, o impõe.


PHILOKALIA
Simeão o Novo Teólogo
O monge é aquele que se preserva do mundo e se entretém continuamente a sós com Deus. Ele o vê, ama-o, é visto e amado por ele. Iluminado de modo inefável, torna-se luz. Glorificado, acha-se sempre mais pobre. Intimo, sente-se como um estranho. Ó maravilha admirável e inexprimível! Minha riqueza infinita me faz indigente, penso nada possuir quando tenho tanto!

Digo: “tenho sede”, na superabundância de água.
“Quem me dará” o que já tenho até demais?
“Onde encontrarei” aquele que vejo a cada dia?
“Como conseguirei” aquele que já está em mim
e está fora do mundo porque é totalmente invisível?
– Quem tem ouvidos para ouvir ouça e compreenda as palavras do iletrado.

Ysabel de Andia: MYSTIQUES D’ORIENT ET D’OCCIDENT
É ainda a fuga ao deserto que será a démarche dos solitários que querem tudo deixar para buscar Deus. Como bem mostrou A. Guillaumont, o solitário é aquele que é só, não-casado ou celibatário, mas também aquele que é único: é tudo que significa o termo hebreu ou siríaco yahid que traduz em grego monachos. Nesta fuga ao deserto, o «monge» passa da multiplicidade das ações e paixões do mundo para buscar a unificação de toda sua vida em Deus e para Deus. A vacuidade do deserto é a condição da unificação do coração. A primeira qualidade do coração que corresponde ao amor único do Deus único é a «simplicidade de coração», a segunda é aquela do coração unificado neste amor único.


CRISTOLOGIA
Ernst Benz: MONAQUISMO
Thomas Merton: A VIDA SILENCIOSA