pragmático

(gr. pragmatikos; in. Pragmatic; fr. Pragmatique; al. Pragmatisch; it. Pragmático).

Esse adjetivo foi usado pela primeira vez por Políbio, para quem há nítida distinção entre a históriapragmático”, que cuida dos fatos, e a história que se ocupa das lendas, como a que fala da genealogia das famílias e da fundação das cidades (IX, 1, 4). Políbio acrescenta também que a história pragmático é a mais útil para ensinar como o homem deve proceder na vida social. Depois, esse adjetivo foi usado com frequência na história política, especialmente alemã, a propósito de decisões constitucionais cujo caráter deveria ser ressaltado, sendo então chamadas de “sanções pragmático”. Kant dizia: “Chamam-se pragmático as sanções que não derivam propriamente dos direitos dos Estados considerados como leis necessárias, mas de compromisso para com o bem-estar geral. Uma história é composta pragmaticamente quando nos toma prudentes, vale dizer, quando ensina à sociedade de hoje a maneira de obter mais benefícios que a sociedade de ontem, ou pelo menos tantos benefícios quanto ela obteve” (Grundlegung zur Met. der Sitten, II, Nota). Kant chama também de pragmático os imperativos hipotéticos da prudência que visam ao bem-estar (Ibid., II, Nota). Ele chama de pragmático a fundada em juízo subjetivo da situação, como p. ex. a do médico que não conhece bem a doença que deve tratar (Crít. R. Pura, Doutrina do Método, cap. 2, seç. 3). E chama sua antropologia de pragmático porque ela considera o que o próprio homem faz de si mesmo, e não o que ele é por natureza (Antr., Pref.).

Na linguagem contemporânea essa palavra voltou a ter o seu sentido inicial. Quando não se refere a pragmatismo, designa simplesmente o que é ação ou que pertence à ação. [Abbagnano]