neo realismo

(in. New Realism; fr. Néo-realisme; al. Neurealismus; it. Neorealismó).

Recebem esse nome as correntes do pensamento contemporâneo cuja insígnia é a negação do idealismo gnosiológico , a negação da redução do objeto do conhecimento a um modo de ser do sujeito. O idealismo gnosiológico foi o clima dominante da filosofia no séc. XIX, pois que era compartilhado não só pelo idealismo romântico, mas também pelo espiritualismo, pelo neocriticismo e, em geral, por todas as filosofias consciencialistas. Exceções a essa tendência geral foram, inicialmente, a filosofia da imanência de G. Schuppe e a obra de O. Külpe (Einleitung in die Philosophie, 1895). Mas foi só a partir do ensaio de G. E. Moore, “A refutação do idealismo”, publicado em Mind (1903), que teve início a nova história do realismo. Depois disso, o realismo foi defendido na Inglaterra por B. Russell e S. Alexander, enquanto na América um volume coletivo datado de 1912 e intitulado O novo realismo afirmava as teses de um realismo atualizado, que, com outra forma, seriam re-propostas alguns anos mais tarde em Ensaios de realismo critico (1920), publicados por outro grupo de filósofos americanos. No primeiro grupo a figura mais conhecida foi W. P. Montague; no segundo grupo, G. Santayana. Mais tarde, o novo realismo encontrou seguidores em A. N. Whitehead e em N. Hartmann.

O novo realismo contém correntes doutrinais tão diferentes quantos são os filósofos que o professam, mas há uma tese fundamental, comum a todos, que, além de constituir sua novidade e a característica que o distingue do realismo tradicional, também serve de linha de defesa contra o idealismo. Essa tese é a seguinte: a relação cognitiva (a relação entre o objeto do conhecimento e o sujeito, que é a mente que o apreende) não modifica a natureza do objeto. Essa tese inspira-se na noção matemática de “relação externa”, que não modifica os termos relativos. Esta, como é óbvio, elimina completamente a dependência existencial ou qualitativa do objeto do conhecimento em relação ao sujeito e torna o idealismo sem sentido. Apesar de afastados por todos os outros aspectos, Moore, Montague, Santayana, Alexander, Hartmann compartilham dessa tese. [Abbagnano]