experiência da causalidade

A relação causal nos é dada de início como um fato da experiência. Um objeto parece vir para mim por um outro em movimento. Aproximo meu dedo de uma chama e, sentindo uma sensação de queimadura, declaro que a chama foi a causa da minha queimadura. A vida corrente não é feita senão de constatações semelhantes. Certamente, posso me enganar designando as causas, pois o dado sensível é complexo e dificilmente analisável, mas há evidências de dependência simples, sobretudo na experiência de minha atividade de consciência, que posso dificilmente recusar: quero levantar meu braço e o levanto efetivamente; permaneço persuadido de que sou eu que fui a causa do movimento de meu braço. Toda a vida prática, e, poder-se-ia acrescentar, todo o pensamento científico repousa sobre esta suposição de que os seres, de que temos a experiência, agem uns sobre os outros.

Há, pois, uma experiência generalizada de sequências causais ou de relações de dependência efetiva; a metafísica pretende ir mais longe, até à afirmação de um princípio absoluto de causalidade: a causalidade aparece, então, em certas condições como uma lei, como uma exigência absoluta do ser e não mais como um simples fato. [Gardeil]