ver aisthesis, apatheia, hedone. [FEPeters]
Nas regras monásticas, principalmente na ora et labora de Bento, o trabalho é recomendado como modo de combater as tentações de um corpo ocioso (cf. cap. 48 da regra). Na chamada regra de Agostinho (Epistolae 211), o trabalho é considerado uma lei da natureza, e não punição ao pecado. Agostinho recomenda o trabalho manual – emprega as palavras opera e labor como sinônimos, em oposição a otium – por três motivos: ajuda a combater as tentações da ociosidade; ajuda os monastérios a cumprir seu dever de caridade para com os pobres; e favorece a contemplação por não ocupar indevidamente o espírito como o fazem outras ocupações, como a compra e a venda de mercadorias. Quanto ao papel do trabalho dos monastérios, comparar com Étienne Delaruelle, “Le travail dans les règles monastiques occidentales du 4e au 9e siècle”, Journal de psychologie normale et pathologique, v. XLI, n. 1 (1948). À parte essas considerações formais, é bastante típico que os Solitários de Port-Royal, ao procurarem um instrumento de punição realmente eficaz, tenham pensado imediatamente no trabalho (cf. Lucien Fèbre, “Travail: évolution d’un mot et d’une idée”, Journal de psychologie normale et pathologique, v. XLI, n. 1 [1948]). [ArendtCH:C44 Nota]