TROTSKY (Lev Davidovitch Bronstein, dito), político soviético e teórico da revolução (Ianovka, Ucrânia, 1879 — Coyoacán [México], México, 1940). Proveniente de uma família judia da pequena burguesia, terminou em Odessa seu curso de direito e aliou-se, desde o fim do século XIX, aos revolucionários de inspiração marxista. Preso e deportado para a Sibéria, fugiu (1902) para Londres sob o famoso nome de “Trotsky”. Anima em 1905 o soviet de São Petersburgo e funda em Viena o Pravda (1908), que Lênin retomaria mais tarde. Em 1917, é comissário do povo nas Relações Exteriores no primeiro governo soviético; em 1918, funda o exército vermelho, que converte em seguida em exército do trabalho. A partir de 1924, opõe-se à ditadura de Stalin, que o acusa, em compensação, de “ditadura econômica” e ordena seu assassínio, executado a 20 de agosto de 1940 por J. Mornard, perto do México. — De suas obras, Minha vida (1930), História da revolução russa (3 vol., 1932), de seus panfletos, A revolução traída e A escola stalinista de falsificação (1937) e de seu Boletim da oposição ressalta a célebre doutrina da “revolução permanente”. Trotsky ergue-se, através dela, contra a constituição de uma classe de dirigentes erigida em classe privilegiada em relação à massa pobre dos trabalhadores; sua intenção foi sempre a de alijar a Administração e a Burocracia, que constituem rapidamente, nos países subdesenvolvidos, um peso morto, um “câncer no seio de um corpo jovem”. Seu socialismo dinâmico, a preocupação em preservar a especificidade e a espontaneidade das comunidades sociais fazem de Trotsky um dos mais atuais pensadores marxistas, um dos filósofos que desenvolveu com mais lógica a teoria da revolução em países subdesenvolvidos. [Larousse]