LUTERO (Martim), teólogo e reformador protestante alemão (Eisleben, Turíngia, 1483 — id. 1546). Seus pais eram camponeses. Aluno da universidade de Erfurt (1501), mestre de filosofia em 1505, doutor em teologia em 1511, tornou-se professor de teologia na universidade de Wittenberg (1513). e até mesmo vigário geral dos agostinianos na Alemanha (1515). Excelente monge, Lutero mergulha na penitência, na prece, na investigação teológica, buscando atingir a salvação na verdade. Dele se conhece a fórmula célebre: “O cristão sabe-se sempre pecador, sempre justo e sempre arrependido.” Lutou inicialmente no seio da Igreja contra abusos e erros, e sobretudo contra a venda das “indulgências”, que Tetzel espalhava pela Alemanha para que fosse possível a construção de São Paulo de Roma: dessa maneira, todos poderiam comprar bônus que os absolveriam de seus pecados. A oposição de Lutero foi o início da Reforma. O Pequeno tratado da liberdade cristã (1520) concentra o essencial de seu pensamento, exposto, aliás, no Manifesto à nobreza alemã e em O cativeiro de Babilônia: exprime os princípios da Igreja invisível (oposta à Igreja romana), que é a verdadeira fé, segundo a qual o homem somente é salvo do desespero pela graça divina interior (e de maneira nenhuma por uma autoridade exterior que apagasse tudo). Em 1530, por ocasião da dieta de Augsburgo, Melanchthon apresenta uma confissão que continua uma série de trabalhos de Lutero; a Confissão de Augsburgo é hoje a profissão de fé das Igrejas luteranas. [Larousse]