discursivo

O que procede por etapas, por raciocínio: um espírito discursivo procede de maneira metódica e calculada. Opõe-se ao espírito intuitivo, que apreende imediatamente um resultado sem passar pela demonstração. (V. dedução, método.) [Larousse]


(lat. Discursivus; in. Discursive; fr. Discoursif; al. Discursiv; it. Discorsivo).

Esse adjetivo corresponde ao sentido da palavra grega dianoia porque designa o procedimento racional que avança inferindo conclusões de premissas, ou seja, através de enunciados negativos ou afirmativos sucessivos e concatenados. Tomás de Aquino contrapõe esse processo, considerado próprio da razão humana, à ciência intuitiva de Deus, que entende tudo simultaneamente em si mesmo, com um ato simples e perfeito da inteligência (S. Th., I, q. 14, a. 7 ss.; Contra Gent., I, 57-58). Essa é a contraposição que se acha em Platão e em Aristóteles entre razão (dianoia) e intelecto (noûs). Os modernos utilizaram essa palavra com o mesmo significado (Hobbes, Leviath., I, 3; Wolff, Log., § 51). Kant acompanhou esse uso. “O conhecimento qualquer intelecto”, disse ele, “ao menos do intelecto humano, é um conhecimento por conceitos: não intuitivo, mas discursivo” (Crít. R. Pura, Analítica, I, cap. I, seç. 1). Em toda a sua obra Kant contrapõe constantemente o intelecto discursivo ou humano ao hipotéticointelecto intuitivo” de Deus, que é criador dos seus objetos (Ibid., § 21) (v. intelecto). [Abbagnano]


Que concerne o discurso. Na filosofia clássica, o conhecimento discursivo (que procede por etapas e supõe o intermediário das operações lógicas) é oposto ao conhecimento intuitivo que é direto e imediato. O primeiro é geral, o segundo particular, a menos que se admita a intuição direta das essências. [NP]