haplous

haploûs : simples, neutro: haploCin.

gr. haplous: simples; aparentado com o monoeides ou os conceitos negativos de «sem partes» (ameres), incomposto (asyntheton) ou indivisível (atomon), contrapondo-se ao multiforme (poikiloon, polyeides, polyplokoteron) ou composto (syntheton, synkeisthai). Indica também a validade de um conhecimento elementar (Teeteto, Fedro, Parmênides), mas também constitui, no sentido da simplicidade como clareza e nitides, a condição de um diálogo bem-sucedido, isto é, perguntas e respostas não podem ser poikilon (Teeteto). O uso do termo para caracterizar o homem moralmente íntegro, honesto, verdadeiro e simples — em sua contraposição ao versátil (polytropos) e falso — encontra-se em toda a obra de Platão (Hípias Menor, República) e ganha uma determinação mais precisa nos ideais da narrativa simples (República), da vida simples, da música simples ou das leis simples (República), que devem conduzir às realizações fundamentais, estáveis de estruturas de ordem como saúde, temperança e justiça.

Diz-se de uma substância simples, em oposição a uma composta (Aristóteles, Met., E, 4). O advérbio haplôs às vezes é empregado no sentido absoluto. “Aquilo que não é (tò mè ésti) absolutamente” (Platão, Parmênides, 163c). [Gobry]