Em todos os ciclos culturais encontramos os temas teológicos surgirem como matéria filosófica, no período intermédio entre a fase de formação de uma cultura e o período de maturidade, o período clássico. Assim, na cultura hindu, na época dos brâmanes, dos hinos védicos, e dos Upanixades até à dos Sutras, os temas teológicos são tratados mais religiosamente, sem método metafísico. A teologia religiosa, sagrada, prepondera sobre a teologia natural, que já procura uma justificação filosófica, e que só pode surgir naqueles instantes em que a fé vacila ante as oposições. É o que sucede no período que vai dos Upanixades até a formação dos seis sistemas da filosofia hindu.
Na cultura grega, encontramos esparsamente, entre os autores socráticos, referências sobre temas teológicos,. Mas é sobretudo com Platão que estes surgem com a concepção do Bem e do acidental Demiurgo, que é apenas um símbolo, por muitos julgado como fundamental da filosofia platônica; erro que se perpetuou por deficiência de análise simbólica por parte de estudiosos. Aristóteles deu à teologia grandes contribuições. A ideia de Deus é expressada, não mais por símbolos, mas por analogias mais diretas com a realidade, e Deus passa a ser o motor imóvel que põe tudo em movimento, o Ato puro, necessário, imutável. Não conhece as coisas do mundo. É o motor imóvel dos astros (carece até de liberdade). Como Aristóteles aceitava cerca de 55 motores imóveis, incriados, diferentes entre si, muitos o classificam de pluralista. Com Plotino, Deus é uma entidade única, transcendentalíssima. Sobre ele nada sabemos como é, mas apenas como não é. É uma teologia negativa, a de Plotino (apofática). Assim Deus é in-finito, in-menso. Contudo, para Plotino, Deus é a origem de todas as coisas.
Na primeira fase do cristianismo, no Ocidente, tivemos o período dos apologistas, defensores da nova fé. Com os Santos Padres surge a fase da patrística, com Justino, Minúcio, Felix, Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Santo Agostinho, quando os temas lógicos são tratados filosoficamente. Na Idade Média desponta a escolástica com Santo Anselmo, Duns Scot, São Boaventura, Alexandre de Hales, Alberto Magno, Almaricus del Bene, Tomás de Aquino e, posteriormente, Suarez, Fonseca, Molina Banez e outros. A teologia natural conhece seu pleno desenvolvimento.
Na Idade Moderna temos uma plêiade de filósofos, Descartes, Leibniz, Malebranche, Rosmini, Gilberti, seguidos por Balfour, Laberthonnière, Brunetière, Ollé Laprune, Blondel, Gabriel Marcel, Maritain, Lotze, Urráburu, Hellin, Garrigou-Lagrange, Gonzalez, Marin, Barbado, etc. [MFSDIC]