contrariedade

(lat. Contrarietas; in. Contrariety, fr. Contrariété, al. Kontrarietat; it. Contrarieta).

1. Uma das quatro formas da oposição, mais precisamente a que ocorre entre “os termos que, dentro do mesmo gênero, distam maximamente entre si” (Aristóteles, Cat., 6, 6 a 17). Estão em oposição contrária o verdadeiro e o falso, o bem e o mal, o calor e o frio, etc. Aristóteles observa que os contrários se excluem absolutamente, que não existe entre eles noção intermediária e que ao menos um deles deve pertencer ao objeto: p. ex., não há termo intermediário entre doença e saúde, porque o organismo animal deve estar necessariamente sadio ou doente. Há, porém, termo intermediário entre branco e preto, entre excelente e péssimo, etc, porque nenhum desses caracteres deve necessariamente pertencer a um objeto (Ibid., 10, 11 b 32 ss.). (Cf. Pedro Hispano, Summ. log., 3- 32.)

2. Como termo distinto de subcontrariedade, a contrariedade é a relação entre a proposição universal afirmativa (“todo homem corre”) e a proposição universal negativa (“nenhum homem corre”). Cf. Aristóteles, De Int., 7,17 b 4; Pedro Hispano, Summ. log., 1. 13. [Abbagnano]